Crise hídrica pode se agravar caso represas fechem comportas para recuperação do nível das barragens
Apesar da grave crise hídrica registrada neste ano, o abastecimento de água em João Monlevade está estável, com algumas variações na captação. Essa oscilação não tem prejudicado o funcionamento da Estação de Tratamento de Água (ETA) e nem a distribuição na cidade. No entanto, o racionamento de água não está descartado. Para evitar a situação extrema, a exemplo do que vem ocorrendo em municípios vizinhos, o Departamento de Águas e Esgotos (DAE) recomenda o uso racional e sem desperdício da água potável. Ações como a limpeza de calçadas com água direta e lavagem de veículos devem ser evitadas.
O diretor do DAE, José Afonso Martins, explica ainda que a captação de água em João Monlevade está localizada abaixo de duas represas de geração de energia elétrica. Apesar do ponto estratégico, os longos períodos de estiagem acendem outro alerta.
“O abastecimento em João Monlevade pode vir a ser comprometido, caso as represas venham fechar as comportas para recuperação do nível das barragens, que está abaixo do ideal. Se a situação ocorrer com muita frequência e por longos períodos do dia, aí sim teremos o comprometimento da captação e, consequentemente, a queda na produção de água e a adoção de medidas de racionamento”, falou.
Crise hídrica é tema de Fórum
A crise hídrica em João Monlevade, bem como a elaboração de protocolo de ações e metas para a recuperação da Microbacia do Córrego dos Coelhos, localizada na região das Pacas, serão assuntos discutidos no dia 19 de novembro durante o Fórum das Águas. O evento será realizado na Câmara Municipal com a participação de especialistas e gestores. O Córrego dos Coelhos passa por graves problemas de assoreamento em seu curso d’água, além da falta de matas ciliares, disposição inadequada de resíduos sólidos e ocupação irregular das margens. Todas essas questões, conforme levantamentos preliminares, contribuem para a piora na qualidade do abastecimento em João Monlevade.