Ex-vereadora de Uberlândia é presa por suspeita de exploração de travestis

A ex-vereadora de Uberlândia Pâmela Volp (PP) foi presa na manhã desta segunda-feira (8/11), em uma ação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra exploração sexual de travestis e transexuais. A operação Libertas tem como objetivo a apuração de crimes como associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.

A ex legisladora foi detida em casa, no Bairro Umuarama, zona leste da cidade do Triângulo Mineiro. Ela era um ados alvos dos três mandados de prisão e também de um dos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. No local foram apreendidos dinheiro em espécie e pelo menos um carro de luxo.

De acordo com o MPMG, existiria uma associação criminosa em Uberlândia que estabeleceu monopólio da exploração sexual de travestis e transexuais, não só na cidade, mas também na região do Triângulo. Para isso, eram feitas ameaças e praticadas agressões contra quem tenta praticar a prostituição fora do grupo.

A mesma quadrilha, ainda de acordo com a promotoria, financiaria procedimentos estéticos realizados clandestinamente. Nesse sentido, um dos pontos que chama a atenção é a implantação de silicone industrial em travestis. A prática é criminosa e de risco, principalmente por ser realizada em locais inapropriados e por pessoas inabilitadas. O MP investiga possíveis mortes em decorrência desses procedimentos ilegais.

As vítimas do esquema seriam obrigadas a pagar diárias para utilizar pontos de prostituição explorados pelo grupo, bem como para utilizar as instalações mantidas pelos investigados, assumindo dívidas cada vez maiores. Existem relatos, inclusive, de vítima que foi coagida a se prostituir mesmo estando doente, para quitar débitos.

A operação Libertas contou com participação da Polícia Militar, com 60 policiais militares para cumprimento das diligências.

Volp

A ex-vereadora Pâmela Volp já foi acusada de tráfico internacional de pessoas e chegou a ser condenada, em primeira instância, a 19 anos de prisão, como uma das chefes do esquema de tráfico de travestis e mulheres para a Europa, em 2014. Contudo, em 2018, depois de recurso, Volp foi absolvida pelos crimes de tráfico de pessoas e rufianismo. A ex-parlamentar foi condenada por pena mínima pelo crime de favorecimento à prostituição no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª região em Brasília.

Em 2020, ela teve o mandato na Câmara de Vereadores de Uberlândia cassado por infração político-administrativa, depois de ser apontado desvio de verbas de gabinete por meio de serviços de impressão.

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