Evento ocorreu nesta sexta-feira (19) e discutiu situação da Microbacia do Córrego dos Coelhos
Especialistas ambientais, produtores rurais, educadores e políticos discutiram nesta sexta-feira (19) a situação da Microbacia do Córrego dos Coelhos, durante a realização do 1º Fórum das Águas. O evento foi sediado pela Câmara Municipal de João Monlevade e transmitido ao vivo pelo canal do Legislativo no Youtube.
O destaque da primeira parte do Fórum foi a preocupação da administração do prefeito de João Monlevade, Dr. Laércio Ribeiro (PT), em investimentos e ações de preservação do meio ambiente. O vice-prefeito, Fabrício Lopes (Avante), participou da abertura do Fórum e pontuou sobre a questão. Ele, ao comentar sobre a Microbacia do Córrego dos Coelhos, enfatizou que “no governo Laércio e Fabrício, a preocupação com o meio ambiente é total”. Também elogiou a participação dos presentes no debate e destacou que a administração está lisonjeada e honrada em poder participar das discussões. “Talvez muitos de nós não vamos colher os frutos, mas vamos deixar este legado e transformar vidas futuras. Somos parceiros da comunidade para unirmos forças e manter a qualidade de vida numa bacia tão importante”, ponderou.
O vereador Thiago Titó (PDT), autor das denúncias de assoreamento e destruição da mata ciliar do Córrego dos Coelhos, ressaltou que após visitar o local para constatar as reclamações ficou assustado com a situação. “O rio Santa Bárbara vem sofrendo com a falta de cuidado ao longo dos anos. Esse fator, infelizmente, contribuiu para que no futuro tenhamos uma má qualidade da água consumida. A água é fonte de vida e merece total atenção neste caso”, falou.
Morador da região, o parlamentar Rael Alves (PSDB) sugeriu que seja feito um levantamento para recuperar as nascentes que estão na região do Córrego dos Coelhos. Ele também mencionou a importância em incentivar os proprietários onde há cursos d´água para que façam o cercamento e plantio de vegetação para a proteção das nascentes.
Já o presidente da Câmara, Gustavo Maciel (Podemos), destacou que a crise hídrica é pauta recorrente. Para ele, a participação da sociedade é essencial na discussão do tema. Em relação à Microbacia do Córrego dos Coelhos, Maciel disse que é imprescindível a busca de recursos para a proteção do curso d´água. “Vamos construir juntos um projeto para captar os investimentos necessários”, disse.
Palestrantes
A manhã do Fórum das Águas também foi marcada por palestras. O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) Piracicaba, Jorge Martins Borges, abriu os trabalhos com contextualização do atual cenário ambiental, com ênfase na produção de lixo, consumo de água e a necessidade de alimentação humana. Ele destacou a importância do envolvimento de todos nas discussões da questão e resolução dos problemas. Borges também instigou o público a pensar sobre “qual rio nós temos, qual queremos e qual podemos ter”.
Representando a Unifei, o engenheiro florestal e professor doutor, Gláucio Marques, foi enfático em falar que “a crise hídrica é um mal que precisamos combater”. Ele destacou ainda a necessidade de se cuidar dos solos, com plantio de vegetações, possibilitando que as águas corram com tranquilidade e não sejam agredidas como tem sido no mundo todo. “Não podemos tapar nossos olhos para estes problemas. Precisamos sair de nossas mesas e lutar para que este mundo que temos agora seja melhor para a geração futura”, pontuou.
Pela UEMG Monlevade, o professor Rafael Moraes comentou sobre a importância do uso de dados de georeferenciamento para planejamento mais efetivo de recuperação das bacias hidrográficas. Conforme explicou o educador, os dados possibilitam ações mais planejadas e com melhor resultado.
Também presente ao evento, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH Doce), Flamínio Guerra, destacou investimentos na recuperação da Microbacia do Córrego dos Coelhos. Segundo ele, o CBH vai desenvolver um projeto de saneamento em benefício da localidade. “Temos outros investimentos para a bacia, foi publicado edital para contratar uma empresa que dará andamento ao projeto Rio Vivo, que consiste no cercamento de nascentes, saneamento rural e controle de sedimentos [barraginhas e caixas secas] em 17 propriedades que estão no entorno da microbacia. Vamos atuar a partir de 2022. É o dinheiro retornando para o municípios”, destacou.
Já o engenheiro ambiental e sanitarista da Agência de Águas do Rio Doce (Agedoce), Heverton Rocha, citou a mineração como um dos fatores que provoca maiores impactos ambientais.O engenheiro explanou ainda que o esgoto é o grande poluente das águas. “Apenas 23% de todo esgoto da Bacia do Rio Piracicaba é tratado”, disse.
Por fim, o assessor de Comunicação da Prefeitura de João Monlevade, Geraldo Magela Dindão, destacou a importância da mobilização de toda a população para a recuperação da Microbacia do Córrego dos Coelhos. “O problema é sério e complexo e a solução é simples, passa pelo reflorestamento. É preciso ter árvores, que fazem segurar o mineral mais precioso que temos que é a água. O Córrego dos Coelhos nasce puro e o desafio é que ele também chegue puro na foz do rio Santa Bárbara. Só vamos conseguir sucesso se mobilizarmos toda a população neste tema. Se queremos salvar o rio Doce, o rio Piracicaba, temos que salvar o fio d água”, finalizou.