“Aumento da passagem é suicídio”, afirma Mauro Lara, sócio da Enscon

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O sócio da Enscon, empresa concessionária do Transporte Público em João Monlevade, Mauro Lara, classificou como “suicídio” para o sistema de ônibus a elevação no preço da passagem no município neste momento. Atualmente, as tarifas são de R$4,00 para pagamento em dinheiro e R$3,80 para pagamento em cartão.

A declaração foi feita durante a última reunião do Conselho Municipal de Transportes (CMT), na quinta-feira da semana passada (24). Na visão de Lara, um eventual aumento da passagem afugentaria uma porção importante no número de passageiros, aprofundando a crise vivida pelo transporte coletivo na cidade.

Lara vislumbrou, para os próximos meses, uma elevação nos preços da gasolina, motivada por vários fatores, incluindo o conflito russo-ucraniano. Por conta disso, na opinião dele, mais pessoas deixarão o carro particular na garagem e preferirão usar o ônibus, aumentando a demanda e aliviando o valor da tarifa. Esse fator também deve atrair mais usuários para o transporte escolar.

Por outro lado, a Enscon pontua que a continuidade do subsídio municipal é importante para prosseguir com as operações dos coletivos. Conforme o diretor Eduardo Lara, a legislação em vigor permite mais seis parcelas de R$350 mil mensais pagas pela Prefeitura, para a manutenção da tarifa e do serviço em João Monlevade. Para continuar, a autorização só depende de decreto do prefeito Laércio Ribeiro (PT) e não precisa passar pela Câmara.

Eduardo Lara vislumbra dois fatores “contraditórios” para os próximos meses: o aumento no preço do óleo diesel, que elevará os custos de operação, e o início da expansão da ArcelorMittal, que trará mais usuários para os ônibus. Eduardo diz ainda que o sistema ainda não recuperou os números de transportados de antes da pandemia da Covid-19, com defasagens, principalmente, aos fins de semana.

Settran concorda 

Também no encontro, o responsável pelo setor de transporte público do Serviço de Trânsito e Transportes (Settran), José Eustáquio Campos, também considerou ser mais seguro manter a tarifa atual. Ele apresentou uma síntese da planilha de custo tarifário e um estudo sobre a atual situação do serviço. Conforme o setor, nos últimos seis meses, foram transportados, em média, 396.546 passageiros.

O levantamento do Settran demonstrou que, atualmente, a Enscon não possui nenhum veículo com menos de dois anos de uso. Entre janeiro e fevereiro de 2022, o litro do combustível, adquirido diretamente da distribuidora, subiu de R$4,11 para R$4,64, acréscimo de 12,89%. No mesmo período, o número de passageiros transportados passou de 379 mil para 396 mil, ganho de 4,4%. Nesses dois meses, dez viagens foram consideradas perdidas, ou seja, o ônibus não completou sua viagem e não foi substituído: oito por defeito mecânico e duas por pequenas colisões.

Fonte: Jornal A Notícia

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