Suspeitos, segundo apontaram testemunhas, teriam iniciado o incêndio que comprometeu a estrutura de sustentação da adutora do sistema Serra Azul. Acidente deixou mais de 2 milhões sem água na Grande BH
A Polícia Civil de Minas Gerais está à procura de dois suspeitos que teriam causado o incêndio que resultou no rompimento da adutora da Copasa do sistema Serra Azul, em Juatuba, na região Metropolitana. Além do prejuízo financeiro, a atitude também deixou quase 2 milhões de pessoas na Grande BH sem água por conta do rodízio imposto pela empresa.
A construção de uma adutora emergencial no local foi concluída nesta sexta-feira (18) e ainda não há prazo para a solução definitiva, que ainda está em estudos. A Copasa não informou qual foi o prejuízo financeiro causado pelo acidente.
Segundo o delegado André Luiz Candido Ribeiro, responsável pelo caso, três pessoas já foram ouvidas no inquérito que apura as causas do rompimento. A principal linha de investigação é de que não houve dolo na ação (crime não intencional). De acordo com o delegado, os suspeitos poderão responder pelo crime de dano, que prevê detenção de um a seis de meses e pagamento de multa.
“O nosso foco é identificar essas pessoas que causaram o incêndio e fazer e mostrar essa relação de causas entre o fogo e o rompimento, então estamos trabalhando nesse sentido”, afirma.
O rompimento da adutora que passa sobre o rio Paraopeba aconteceu no dia 1º de março e o boletim de ocorrência sobre o fato só foi registrado no dia 8, após uma perícia interna da Copasa que apontou o incêndio como motivo do acidente. A investigação da empresa apontou que houve um superaquecimento nas treliças que sustentavam a adutora.
Identificação será difícil
Conforme o delegado André Luiz, três testemunhas já foram ouvidas. Elas apontaram que o fogo no equipamento da Copasa começou logo após uma dupla, até então desconhecida, passar pelo local.
“Algumas testemunhas viram essas pessoas passarem lá. É um caminho comum, principalmente para o pessoal que utiliza o rio para pesca. Então passaram algumas pessoas e logo após aconteceu a situação do fogo e subsequentemente vindo a romper a adutora”, revela.
Mas achar quem teria causado esse prejuízo será muito difícil, já que a região é rural e não há nenhum registro da passagem da dupla pelo local.
“São pessoas da região que frequentam o local mas que não tem contato com os moradores, porque é uma região de zona rural, com pouca gente morando. As testemunhas que afirmaram ter visto essa dupla passando por lá não conhecem essas pessoas. E não tem identificação, filmagem, não conseguiram ver placa de veículo, então o reconhecimento dessas pessoas não vai ser fácil diante dessas dificuldades apresentadas”, lamenta o delegado.
Pelo que se sabe até agora, o fogo teria sido causado para desobstruir a passagem por cima da adutora, que ficou repleta de restos de galha e mato após a cheia do rio Paraopeba em janeiro.