Presidente do BC diz acreditar que cartão de crédito vai acabar em breve

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 12, acreditar que os cartões de crédito devem deixar de existir em breve.

“Em algum momento você vai pegar o seu celular e vai ter um integrador. Ninguém vai ter cinco aplicativos de banco, temos o open finance para isso. O integrador vai montar toda a sua vida financeira virtual e física no mesmo lugar, fazendo Pix no débito e no crédito, com as taxas de cada banco. E outros serviços ligados a isso, com carteiras de dinheiro físico e digital”, projetou, em palestra sobre “A regulamentação das criptomoedas no Brasil e no mundo”, promovida pelo Escritório Figueiredo & Velloso Advogados Associados.

Criptomoedas

Campos Neto disse discordar do formato de regulação mais rigoroso do mercado de criptoativos – modelo que vem sendo defendido por outros países. Para ele, a regulamentação de criptomoedas não deve ser feita com “mão pesada” e deve ter a transparência como objetivo e não levar em conta a possibilidade de o produto gerar perdas ao investidor.

“Não deveríamos deixar para trás os avanços tecnológicos que veem com esse desenvolvimento. É verdade que houve grande perda de valor em alguns criptoativos. Mas não é verdade que perdas com criptomoedas são maiores que outros ativos de tecnologia”, argumentou no mesmo evento.

Para o presidente do BC, o caminho da regulação de criptoativos no Brasil é diferente de outros países e mais ficado na transparência. “O que precisamos fazer é ter certeza que os criptoativos têm transparência na forma como são negociados, criados e transacionados. Esse é o caminho que queremos seguir. Se você vai comprar um criptoativo que é uma mistura de outros dois, o algoritmo precisa ser aberto e o lastro transparente”, completou.

Ele admitiu ter preocupação com a concentração de custódia e transacional no mercado de criptoativos. “Hoje temos 80% dos criptoativos custodiados em quatro empresas, em alguns casos com servidores centralizados, sem abertura de estrutura de backup. Isso é sujeito a invasões. E temos uma ou duas plataformas com 20% ou 30% do mercado de transações. Esse é um ponto que o regulador precisa se preocupar, mais do que se as pessoas perderam dinheiro”, avaliou.

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