Motorista de ônibus que caiu da Ponte Torta, em João Monlevade , é indiciado por homicídio culposo

O motorista do ônibus que caiu da Ponte Torta, na BR-381, em João Monlevade, foi indiciado por homicídio culposo – quando não há a intenção de matar -, nessa terça-feira (10). O resultado das investigações ocorre após mais de dois anos do acidente que matou 19 pessoas e deixou dezenas de feridos.

Por nota, a Polícia Civil informou que o inquérito policial foi concluído e que foi enviado para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Após analise da conclusão do laudo, o órgão pode ou não oferecer denúncia à Justiça.

Procurado, o MPMG informou que ainda analisa os laudos. “Em razão das particularidades do caso e da grande quantidade de estudos técnicos realizados sobre o acidente, ainda estamos analisando as providências a serem adotadas”.

O acidente

O ônibus de viagem saiu de Mata Grande, no interior de Alagoas, na manhã do dia 3 de dezembro de 2020, com destino a São Paulo, mas acabou caindo da ponte no dia seguinte – de uma altura aproximada de 35 metros – deixando 19 pessoas mortas e outras 27 feridas.

Segundo testemunhas, o veículo perdeu o freio enquanto passava por cima da ponte, voltou de ré na pista que é íngreme e bateu na mureta de proteção, momento em que veio a cair. Das 19 vítimas, 14 foram sepultadas em Alagoas, uma na Bahia e quatro em São Paulo.

O motorista sobreviveu ao pular do veículo instantes antes dele despencar. O condutor fugiu do local e só se apresentou à polícia três dias depois do acidente. Ele alegou que ficou com medo de ser linchado e disse que os freios falharam.

Na época, no entanto, representantes da empresa alegaram que somente o motorista poderia esclarecer o que ocorreu, mas que acreditavam que ele poderia ter sido imprudente ao volante.

A companhia, que mudou de nome após o acidente ocorrido no dia 4 de dezembro de 2020, não estava registrada junto à ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) e alegou, à época, que o ônibus havia sido cedido para uma outra empresa.

Por Raíssa Oliveira/ Hoje em Dia