Hospital de Rio Piracicaba sobrevive com atendimentos de R$1,75 pagos pelo SUS

O valor recebido por consulta médica nos atendimentos do Hospital Júlia Kubistchek assustou os vereadores da Câmara de Rio Piracicaba presentes à reunião de prestação de contas promovida pela direção da casa de saúde, na tarde dessa segunda-feira (21). Isso porque, o valor médio por atendimento referente ao primeiro semestre de 2023 foi calculado em R$1,75.

O administrador do hospital, Vinícius de Oliveira Fernandes, explicou que o repasse do SUS para consultas médicas é de R$2.208,29, por mês, totalizando R$13.249,74 no primeiro semestre, cujo período a unidade hospitalar registrou 7.557 atendimentos. “Esse valor de R$1,75, por consulta, muitas vezes não paga nem o xerox de documentos do paciente”, criticou Vinícius.

Apesar do preço irrisório por consulta médica, a também administradora do hospital, Adriana Ferreira de Souza, garante que a casa de saúde segue com as contas em dia. Ela explicou que o termo de colaboração firmado entre o Executivo e o hospital – aprovado pela Câmara – garante o saldo positivo. “Não temos dívidas e o termo de colaboração firmado com a Prefeitura é a nossa maior receita”, pontuou Adriana.

Desde janeiro deste ano, o Executivo destinou ao hospital R$165.250,00 mensalmente e a colaboração se encerra no próximo mês de outubro. Demais receitas, tais como repasses do fundo estadual de saúde, Unimed, Vale e outras fontes, conferem uma receita mensal estimada em R$331 mil.

Em contrapartida, a média de despesas do hospital gira em torno de R$310 mil. Consta na prestação de contas que a maior fonte de gastos é com a folha de pagamento dos funcionários, estimada em mais de R$157 mil. A segunda maior despesa fica com a folha de pagamento dos médicos que ultrapassa R$ 95 mil mensal. Farmácia, laboratório, raios-x, lavanderia, SND, manutenção, despesas administrativas e bancárias integram a lista de gastos mensais apresentadas na prestação de contas.

Estarrecidos

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, Econômicos e  Sociais do Legislativo, vereador Antônio de Pádua Guedes (PDT), bem como os demais parlamentares presentes à prestação de contas, Leon Fátima de Almeida (PSB) – relator da Comissão; Anderson da Silva Tavares (Cidadania), e o presidente da Câmara, vereador Sebastião Rômulo Linhares (PSDB), ficaram estarrecidos com o valor médio da consulta pago pelo SUS. “Essa é uma informação que a população precisa ter ciência porque as reclamações são constantes”, alertou Guedes.

Já o presidente do Legislativo demonstra preocupação com a continuidade da colaboração financeira do Executivo. “A partir de novembro o hospital não terá mais o dinheiro da Prefeitura e ficou evidente a importância desse valor para a sobrevivência da instituição. Seguiremos atentos sobre a necessidade de aprovar futuros recursos”, observou Rômulo.

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