O Ozempic, inicialmente desenhado para tratar pessoas com diabetes do tipo 2, pode ter uma reviravolta em seu uso e propósito. Isso porque o medicamento está começando a ganhar destaque pelo controle efetivo da diabetes tipo 1.
Um estudo, publicado pela revista New England Journal of Medicine, apresentou resultados promissores que apontam que a eficácia do Ozempic pode ser até maior do que a originalmente comprovada contra o tipo 2 da doença.
Os avanços são tão expressivos que abriram espaço para a suposição de que o Ozempic pode substituir – ou pelo menos diminuir – o uso de insulina.
Realização do estudo
A pesquisa, realizada pela Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, envolveu dez pacientes de 21 a 39 anos, que foram diagnosticados com diabetes tipo 1 nos três meses anteriores ao estudo.
Cada um dos participantes foi submetido a uma dose semanal de 0,5 mg da semaglutida, quantidade intermediária de Ozempic. Além do uso do medicamento, a dieta dos participantes também foi controlada, e eles tiveram que tomar suplemento de insulina.
Depois de três meses, todos os participantes conseguiram abandonar o uso de insulina prandial. Seis meses após o início do estudo, sete dos pacientes já não necessitaram mais da insulina basal.
Os resultados obtidos, embora ainda necessitem ser confirmados em pesquisas maiores, sugerem que o Ozempic pode significar uma revolução para a diabetes tipo 1.
Afinal, o que o Ozempic tem de especial?
O Dr. Paresh Dandona, autor principal do estudo, acredita que a semaglutida, substância ativa do medicamento, poderia potencialmente substituir a administração de insulina durante as refeições, permitindo que o corpo utilize suas próprias reservas inativas.
“Se estas descobertas forem confirmadas em estudos maiores durante longos períodos de acompanhamento, será possivelmente a mudança mais dramática no tratamento da diabetes tipo 1 desde a descoberta da insulina em 1921”, afirma Dandona.
No entanto, o tratamento com Ozempic não é considerado uma cura para a diabetes tipo 1. É importante ressaltar que a doença só permaneceu controlada nos pacientes enquanto o uso do medicamento foi contínuo. Por isso, ainda são necessários mais estudos.