Brasil registra quase 2 mil casos de câncer de pênis e mais de 400 amputações

Os estados com maior registro de amputação de pênis de 2007 a 2022 são: São Paulo (1.321), Minas Gerais (1.161), Paraná (633) e Ceará (526).

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) realizam elo terceiro ano consecutivo uma campanha de prevenção e combate ao câncer de pênis,  no mês em que se celebra o Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro.

Ao longo do mês, médicos esclarecerão sobre a doença nas redes sociais da entidade (@portaldaurologia no Instagram e Facebook). Para o presidente da SBU, Alfredo Felix Canalini, é importante que essa campanha supra a deficiência de informações adequadas e que possa falar claramente sobre esse problema tão contundente em nosso país.

“Mensagens simples como ‘lave corretamente seu pênis’ e a conscientização sobre a necessidade da cirurgia para o tratamento da fimose, que ocorre quando não se consegue puxar para trás a pele que cobre a ponta do pênis, e, desta forma, permitir que se lave corretamente a região que fica encoberta por essa pele que chamamos de prepúcio”, explica.

Karin Jaeger Anzolch, diretora de comunicação da SBU e uma das idealizadoras da campanha, lamenta que o país seja um dos que mais tem amputação de pênis no mundo.

“Infelizmente o Brasil segue como uma das maiores casuísticas mundiais em câncer de pênis. A campanha que idealizamos visa combater essa doença que, mesmo para nós que lidamos diariamente com outros tipos de cânceres urológicos, é tão impactante, pela mutilação, sofrimento e alta mortalidade que a acompanha em suas fases mais avançadas. Saber que é um dos cânceres mais preveníveis que existe, e que com medidas relativamente simples podemos fazê-lo, é um alento, porém a conscientização e o conhecimento ainda não chegaram a uma boa parte da população, então precisamos continuar, até que possamos reverter esse triste cenário”, comenta.

Principais sinais da doença 

Geralmente o câncer de pênis se manifesta por meio de uma lesão na região genital, na grande maioria das vezes na glande ou na face interna do prepúcio.

“Essa lesão pode ser vegetante, ulcerada, plana, avermelhada ou um misto desses tipos. Costuma estar associada a coceira local, queimação, dor e odor desagradável. Além dessas características, pode se manifestar também como uma lesão que não cicatriza além de um mês, mesmo tendo sido feito tratamento local com medicações tópicas. A suspeita aumenta se associar-se ao aumento dos gânglios linfáticos na região inguinal”, explica o supervisor da Disciplina de Câncer de Pênis da SBU, José de Ribamar Rodrigues Calixto.

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